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Tentando jogar na antecipação, o advogado do Napster, David Boies, anunciou na passada sexta-feira um sistema de filtragem dos ficheiros MP3 que permite bloquear as músicas protegidas pelos direitos de autor, e que deveria ser implementado ainda durante o fim-de-semana que passou.

No entanto, e de acordo com a Associated Press, o sistema ainda não foi aplicado, pelo que os fãs do Napster aproveitaram para, na tarde de Domingo, partilharem cerca de 2,2 milhões de ficheiros MP3 num dos vários servidores que ''alimentam'' o serviço.

Este sistema é o último argumento apresentado pela Napster na tentativa de evitar o encerramento do seu serviço de troca de ficheiros MP3. A decisão final estava prevista para a passada sexta-feira, dia 2 de Março, mas a juíza Marilyn Hall Patel - encarregada pelo 9.º Tribunal de Recursos de São Francisco de reformular a sua decisão inicial, tomada em Julho de 2000, de ''obrigar'' o Napster a bloquear as músicas pertencentes às principais editoras discográficas, protegidas por direitos de autor - adiou uma vez mais a deliberação definitiva.

Até ao momento, e de acordo com a decisão de Fevereiro último do 9.º Tribunal de Recursos de São Francisco (que também atribuiu às editoras discográficas a responsabilidades de indicar quais as músicas que estão a ser trocadas ilegalmente), já foram identificados pelas principais editoras cerca de 5600 títulos, o que é um número manifestamente reduzido se tivermos em conta que no serviço Napster estão disponíveis vários milhões de ficheiros MP3.

A RIAA ainda não reagiu a este anúncio, mas alguns analistas levantam muitas dúvidas relativamente ao funcionamento deste sistema de filtragem que, de acordo com Boies, deverá bloquear cerca de um milhão de ficheiros.