Um professor norte-americano pode incorrer numa pena de prisão de 30 anos pelo facto de ter instalado software de computação distribuída nos computadores da escola onde trabalhava.

David McOwen, um administrador de sistemas que trabalhava no DeKalb Technical College, decidiu, há dois anos, aproveitar a capacidade dos computadores do colégio que não estava a ser utilizada para instalar software de computação distribuída.

''Era suposto ser para o bem da tecnologia, fazer coisas do género'' afirmou McOwen à CNET. ''Eu não sinto que tenha cometido um crime''.

No entanto, os procuradores do Estado da Geórgia não são da mesma opinião. Apesar de McOwen ainda não ter sido formalmente acusado, está a decorrer uma investigação por alegada violação de um acordo em que McOwen terá acordado não efectuar downloads de software não autorizado, para além do uso de propriedade do Estado sem permissão.

O conceito de computação distribuída está baseado na ideia de que é possível utilizar grande capacidade de processamento de cálculos não num único supercomputador, mas em milhares ou milhões de computadores domésticos ligados à Internet espalhados por todo o mundo.

Assim, os participantes nestes projectos contribuem com tempo em que os seus computadores estão menos activos, altura em que um programa ''cliente'' (que varia conforme o tipo de projecto a que se destina) inicia os cálculos necessários. Os resultados são enviados para um servidor central via Internet que os compila e devolve outro ficheiro para os participantes, para que outros cálculos possam ser efectuados nos computadores.

Os projectos mais conhecidos são o Seti@home, lançado há dois anos, e que se destina a processar dados recebidos pelo radiotelescópio da SETI em Arecibo - o objectivo é identificar qualquer emissão rádio vinda do espaço que tenha como fonte uma forma de vida inteligente - e o projecto da United Devices, que através do programa Think, procura investigar medicamentos que auxiliem na luta contra o cancro. O projecto, liderado pela Oxford University, usa tecnologia peer-to-peer e deverá necessitar de 6 milhões de computadores durante dois anos.

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