O presidente do Instituto das Comunicações de Portugal (ICP), Luís Nazaré, confia que os operadores irão divulgar, até ao final deste mês, as suas ofertas de tarifa plana, depois do órgão regulador ter alterado o modelo de repartição de receitas do tráfego gerado (transição do modelo de repartição de receitas para um modelo de pagamentos de custos de originação) e definido preços máximos para os operadores deste tipo de serviço.

Para além disso, atribuiu a falta de concorrência no mercado das telecomunicações português aos novos operadores, que apostaram no negócio da revenda e não desenvolveram infra-estruturas alternativas.

Em entrevista à agência Lusa, Luís Nazaré, que termina em Junho o seu mandato à frente da entidade reguladora, afirma que ''o negócio da revenda é um negócio menor'' e que as operadoras alternativas à Portugal Telecom só agora se deram conta da importância de construírem infra-estruturas alternativas como forma de fomentar a concorrência.

Referindo-se especificamente ao sector da Internet, Luís Nazaré considerou que a opção pelo modelo de acesso gratuito por parte dos Internet Service Providers (ISP) não foi a melhor decisão. ''Foi do interesse dos ISP, numa altura em que os mercados accionistas viviam em euforia, produzir, fosse a que preço fosse, uma base de clientes que proporcionasse uma valorização acelerada das empresas'', explicou Luís Nazaré, recordando que este modelo foi opção dos operadores e não uma obrigação do regulador.

Quanto às dificuldades porque estão a passar operadoras como a Teleweb ou a Maxitel, Luís Nazaré afirma que isso é reflexo de que há ''dinamismo no sector''.

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