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Os fornecedores de acesso à Internet (ISP) mostraram-se globalmente satisfeitos com a proposta do Instituto das Comunicações de Portugal (ICP) para o regime de interligação de acesso à Internet. No entanto, alertaram para algumas questões com as quais não estão de acordo.
Em cima da mesa o principal ponto em discussão centrava-se em torno do modelo de repartição das receitas do tráfego gerado pelos restantes ISPs, situação que provocou um descontentamento generalizado nos ISPs concorrentes da Portugal Telecom (PT). Isto porque a proposta do operador histórico previa a anulação do actual regime (que prevê que os ISP fiquem com 35 por cento do tráfego gerado pelos seus clientes) por um desconto com base no preço de retalho, que segundo as contas efectuadas representaria um desconto de 17 por cento, cerca de metade do que os ISPs conseguem actualmente.
No entanto, com a decisão de ontem do ICP - transição do modelo de repartição de receitas para um modelo de pagamentos de custos de originação - a situação já se altera, podendo tornar o negócio da tarifa plana mais rentável para os ISP.
Os responsáveis de alguns dos ISP mais importantes - Teleweb, Novis, ONI e Telecel - citados pelo Canal de Negócios, consideraram que a nova proposta do ICP é globalmente positiva.
No entanto, também referiram que a proposta do ICP ficou ''aquém das expectativas'' nalguns pontos, nomeadamente nos preços apresentados. A Novis, na voz de Pedro Carlos, administrador da operadora do Grupo Sonae, referiu ser impossível fixar uma tarifa plana abaixo dos seis mil escudos, contrariando o anúncio feito um dia antes da PT ter anunciado as suas modalidades, e onde a Novis defendia uma tarifa plana em torno dos cinco mil escudos.
Também a ONI fez referência a esta situação, afirmando que apesar de globalmente positiva, a proposta do ICP fica aquém das expectativas por ''ter privilegiado uma aproximação às médias e não às melhores práticas europeias''.
O esquema de ligação aos Pontos de Presença (POPs) foi outros dos pontos referidos pelos ISPs como estando ainda em aberto. Nesta questão, o ICP decidiu que a PT Comunicações tem até 31 de Março para apresentar uma proposta de reestruturação da rede de interligação para todo o país, devendo reduzir o número de POPs exigidos aos ISPs, à imagem do que fez para Lisboa (propõe reduzir os POPs exigidos de 70 para 29) e Porto.
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