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Fusão AOL/Time Warner de facto
A mega-fusão entre a America Online e a Time Warner está já oficializada pela Federal Communications Commission (FCC) e entrou em vigor. Esta fusão está avaliada em cerca de 103 mil milhões de dólares (25 mil milhões de contos).
Esta fusão só foi possível depois das duas empresas terem cedido nalgumas questões que podiam deturpar o mercado devido ao gigantismo das empresas no campo de serviços e conteúdos na Internet.
A FCC só permitiu o acordo com a inclusão de cláusulas sobre a junção dos serviços de mensagens instantâneas (como AIM e ICQ) e serviços de banda larga. Contudo as cláusulas terão poucos efeitos imediatos para além das restrições impostas pela FCC, quando no últimos mês permitiu o arranque da fusão.
A AOL poderá continuar a bloquear os utilizadores de mensageiros da competição mas caso venha a introduzir funcionalidades multimédia como vídeo conferência nos seus programas terá de abrir as portas aos competidores neste tipo de serviços.
Com a fusão a nova empresa AOL-Time Warner tem uma clara posição dominante na absorção de conteúdos para a Internet. A Time Warner por seu turno entra na Internet em força deixando os seus rivais Walt Disney e Viacom com muitas dificuldades para entrarem no mercado da Internet de banda larga.
As companhias planeiam explorar rapidamente as sinergias geradas nesta fusão, explorando o facto da AOL ter 26 milhões de clientes na Internet e a Time Warner largos milhões de clientes de televisão por cabo, revistas e filmes.
A grande prioridade da fusão é explorar o sistema da rede por cabo da Time Warner para dar acesso à Internet via cabo em banda larga através da AOL, mas a FCC exige que pelo menos 3 ISPs possam disponibilizar esse serviço na rede por cabo.
A America Online é o maior prestador de serviços para a Internet dos Estados Unidos, enquanto que a Time Warner é um dos maiores grupos mundiais de comunicação social que detém a CNN, o Cartoon Network, os estúdios Warner Bros, a revista Time, a editora discográfica Warner Music, entre muitas outras empresas. Para além disso é a segunda maior operadora de cabo dos EUA, atrás da AT&T.
Todo este potencial ''assustou'' as autoridades governamentais de todo o mundo, dado que um possível monopólio da nova empresa iria dificultar o espaço de manobra da concorrência e a escolha dos consumidores. Apesar dos recuos, a AOL Time Warner continuará a ter uma enorme vantagem em mercados como o acesso à Internet em banda larga.
A Comissão Europeia já tinha aceite a união de ambas as empresas no passado dia 12 de Outubro. Mas também aqui as empresas tiveram que aceitar algumas condições, nomeadamente a progressiva saída da empresa alemã Bertelsmann da AOL Europe e a mudança estrutural da AOL França, no sentido de assegurar uma livre concorrência no espaço europeu.
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