(Lusa)- Cientistas norte americanos inventaram um bisturi inteligente capaz de identificar células cancerosas e um dispositivo que, através da luz, diagnostica a doença, podendo substituir as biópsias. As duas invenções foram apresentadas quinta-feira durante uma reunião da Sociedade de Física dos Estados Unidos, na cidade de Minneapolis, estado do Minnesota.
Numa intervenção cirúrgica, o ''bisturi inteligente'' mede o tempo que um raio laser demora a atravessar uma célula, transmitindo de imediato a informação para o computador. O instrumento determina a existência de cancro quando o período de tempo é maior, uma vez que as células doentes, denominadas glioblastomas, são mais densas do que as saudáveis. Cientistas dos laboratórios Sandia afirmaram que o bisturi poderá substituir outros meios de detecção mais lentos, como o citómetro que precisa de recolher células para determinar o seu carácter maligno.
Por outro lado, investigadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts apresentaram um dispositivo portátil que mede a forma como a luz se reflecte nos tecidos, de forma a diagnosticar o cancro na sua fase inicial. Com uma técnica de difusão lumínica espectroscópica desenvolvida pelo Centro de Investigação Médica do Instituto, o dispositivo faz o reconhecimento da luz reflectida pelos tecidos e analisa as cores. As cores correspondem a diferentes núcleos e densidades das células que, em conjunto com o material genético, são geralmente os indicadores de cancro.
Com uma simples observação, através de endoscopia, é quase impossível determinar as alterações percursoras do desenvolvimento do cancro nos tecidos próximos do cólon, esófago, estômago e útero, locais onde a doença é curável se detectada a tempo. ''Estes novos métodos, que podem fornecer dados precisos em segundos, poderiam substituir as biópsias em alguns tipos de cancro'', sublinhou Rajan Gurjar, físico do Instituto de Tecnologia de Massachussetts.
