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Lusa - Uma equipa de cientistas portugueses, em colaboração com investigadores norte-americanos, está testar a reprodução assexuada de uma planta em ambiente espacial, planeando patentear os resultados. O estudo, pioneiro em Portugal, a cargo do Centro de Biotecnologia Vegetal da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, consistiu em testar o efeito da hipergravidade e da hipogravidade (gravidade superior e inferior à terrestre) nas células vegetais e na reprodução de uma determinada planta, a Kalanchoe daigremontiana.

Parte da investigação foi feita na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, em colaboração com cientistas norte-americanos, na fase de simulação de hipergravidade e hipogravidade nas células da planta, por não existir equipamento adequado em Portugal.

Nesta simulação concluiu-se que a hipergravidade, considerada um factor de stress nas plantas, provocou um aumento da reprodução assexuada na Kalanchoe.

A partir da experimentação em ambiente espacial, a equipa vai poder manipular de forma mais controlada o crescimento das plantas e a velocidade de envelhecimento das células vegetais, pelo que as suas conclusões sobre estas matérias estão em vias de serem patenteadas, explicou à Agência Lusa a coordenadora do trabalho, Maria Cristina Ubach.

Maria Cristina Ubach explicou que este estudo incidiu sobre uma determinada planta, mas pode generalizar-se a outras culturas, como o milho ou o arroz.

Com o patenteamento dos resultados, a equipa portuguesa espera possíveis aplicações na agrobiotecnologia, agricultura e farmacologia. Segundo os investigadores envolvidos, o que é importante na investigação espacial é a utilização que pode ter na Terra.

Para a investigadora, este projecto foi também uma conquista portuguesa no meio científico internacional, por ter sido produzido e divulgado trabalho de qualidade no estrangeiro, sobretudo junto da NASA, a agência espacial norte-americana.

Os investigadores portugueses planeiam também preparar uma proposta para a realização de experiências no espaço, a fim de comprovar ou refutar as experiências feitas em Terra, e desenvolver acções de divulgação no âmbito do programa Ciência Viva.