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Eu penso, logo movo-me

Cientistas norte-americanos identificaram os estímulos cerebrais de um macaco ao tentar mover os seus membros para apanhar comida e utilizaram-nos para, via Internet, moverem um braço metálico a cerca de 950 quilómetros de distância, noticia hoje o New York Times .

Antes do macaco começar a mover-se para chegar à comida, já o braço metálico conseguia ''ler'' as suas intenções e desempenhar o mesmo movimento.

O objectivo desta experiência, levada a cabo na Universidade de Duke e publicada hoje na edição da revista Nature , é ajudar pessoas com membros paralisados, desenvolvendo máquinas que possam operar com base nos pensamentos dessas pessoas.

Para Richard A. Andersen, neurologista no California Institute of Technology e autor de experiências semelhantes, trata-se de um passo ''bastante importante'' para o desenvolvimento de ''próteses neurológicas''. Mas Andrew Schwartz, do Neurosciences Institute de San Diego, afirmou que ''ainda não chegámos lá''.

A experiência consistiu na inserção de pequenos eléctrodos no cérebro de dois macacos, nomeadamente na área relacionada com o controle dos movimentos. Em seguida, utilizaram técnicas computacionais avançadas para identificar o padrão de estímulos cerebrais gerados aquando do planeamento dos movimentos, transformando-os em instruções númericas capazes de operar um robô.

''À medida que o cérebro do macaco gerava os estímulos necessários para se movimentar, nós gravávamo-los e eram enviados para um computador'' disse Miguel Nicolelis, neurologista da Universidade de Duke. ''A partir do momento que o macaco iniciava os seus movimentos, os dados eram enviados para o braço metálico, e este movia-se ao mesmo tempo''.

Os estímulos cerebrais foram igualmente enviados via Internet para outro robô localizado no Massachusetts Institute of Technology .


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