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Inteligência artificial premiada

(Lusa) - Uma equipa de investigadores da Universidade de Coimbra foi galardoada com um prémio internacional por um trabalho desenvolvido no domínio das técnicas de inteligência artificial.

A equipa do Laboratório de Inteligência Artificial da UC conseguiu obter novos máximos para o problema do ''Busy Beaver'' (O Castor Atarefado), um problema teórico proposto em 1962 por T. Rado, atingindo uma produtividade de 196 quando o recorde anterior se cifrava em 37.

Constituída pelos engenheiros Francisco Pereira e Penousal Machado, e pelos professores Amílcar Cardoso e Ernesto Costa, a equipa arrebatou o galardão ''Best Paper Award'', atribuído no âmbito do ''Second European Conference on Genetic Programming - EuroGP-99'' (Conferência Europeia de Computação Evolucionária), recentemente realizada em Gotemburgo, Suécia.

Amílcar Cardoso explicou à agência Lusa que o trabalho veio demonstrar ser possível melhorar os resultados de um problema teórico, e que essa técnica é valida para ser utilizada na resolução de problemas difíceis e concretos.

O problema colocado por T. Rado em 1962 envolvia a ''construção'' de uma ''máquina'' (abstracta, não concreta) de estados (de funcionamento) com produtividade máxima.
''O problema reveste-se de especial interesse para a comunidade científica, visto que lida com a existência de funções não computáveis (a que não se garantem resultados), sendo mesmo considerado, por alguns, como a questão em aberto mais interessante da teoria da computação'', afirmam os investigadores.

Ao longo das últimas três décadas - acrescentam - este problema tem sido alvo da ''atenção de numerosos investigadores, que recorreram a diversas técnicas (desde a construção manual de uma solução até à pesquisa exaustiva) na tentativa de encontrar novos máximos para o problema''.
Pela utilização de técnicas de inteligência artificial, nomeadamente técnicas de computação evolucionária, o grupo de investigadores de Coimbra conseguiu obter novos máximos para ''máquinas'' com 6, 7 e 8 estados (de funcionamento), que ''representam um avanço significativo''. Nas ''máquinas'' de 7 estados conseguiram uma produtividade de 196, quando o máximo era de 37.
''Através dos resultados desta investigação demonstra-se que em áreas específicas do saber a inteligência artificial pode superar abordagens mais tradicionais'', acentuam os autores do trabalho.

O desafio, que agora obteve este sucesso, colocou-se à equipa há cerca de um ano, e consistiu em ''construir'' uma ''máquina'' (abstrata), ou seja um programa, com estados que conseguisse melhores resultados na avaliação do problema teórico colocado em 1962 à comunidade ciêntifica por T. Rado, o ''Busy Beaver''.
Amílcar Cardoso confessou à Lusa que o prémio ''é extremamente motivador para a equipa, e dá força para continuar a investigação''. Ao obter a distinção, o Laboratório de Inteligência Artificial da Universidade de Coimbra foi admitido na EVONET (Rede Europeia de Excelência de Computação Evolucionária), financiada pela Comunidade Europeia, situação que lhe abre grandes perspectivas, pelos contactos científicos que permite.


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