O hacker mais famoso do mundo, Kevin Mitnick, lançou um sério aviso aos seus colegas hackers: devem ser extremamente cuidadosos nesta época em que se vive um ''ambiente politicamente sensível''.

Em entrevista à revista Wired, Mitnick disse que um hacker pode transformar-se facilmente num ''bode expiatório'', arriscando-se a ser condenado com uma sentença exemplar.

A nova legislação americana, que define o hacking como um acto terrorista, é duramente criticada pelo agora ex-hacker. Segundo ele, o Patriot Act (documento em PDF), a polémica proposta de lei anti-terrorista, que deverá ser votada esta semana, é apenas um pretexto para reforçar os poderes das autoridades policiais.

Atribuindo amplos poderes de vigilância à polícia, incluindo a vigilância das comunicações electrónicas, o governo está a passar um ''mandato incondicional para que sejam vigiadas livremente todas as nossas comunicações'', disse.

Kevin Mitnick, esteve na lista dos 10 mais procurados do FBI e foi preso em 1995. Na altura, chegou a acordo com as autoridades americanas e cumpriu uma pena de quatro anos e meio, sendo ainda obrigado a pagar uma multa de 4.125 dólares (902 mil escudos ou 4.500 euros).

Foi condenado por, entre outras ilegalidades, violar a segurança de diversos sistemas informáticos, obter acesso ilegal a redes de telemóveis e recolher números de cartões de crédito de terceiros.

Ainda hoje, Mitnick nega parte dos crimes pelos quais foi condenado e só aceitou dar a entrevista para promover a sua participação, como actor, numa nova série televisiva da cadeia americana ABC.

O hacker, agora oficialmente retirado, vai participar num episódio da série ''Alias'', no qual interpreta o papel de um especialista informático ao serviço da CIA.

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