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Opinião |
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MIGUEL VITORINO
Especialista em Tecnologias de Informação
PERFIL
Um dos pioneiros do jornalismo on-line em Portugal, foi fundador e director da extinta publicação electrónica Recortes. Fundou e dirigiu a revista Spooler, e foi jornalista das revistas ComputerWorld/Correio Informático e Cérebro/PC World. Foi ainda director técnico de "A Rede BBS", a primeira a dar acesso à Internet em 1992.
No próximo mês, não perca a coluna de João Lopes Marques!
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Estou desiludido com os media nacionais. Como acontece ciclicamente, os jornalistas lusos apanharam outro tique: o de usar a palavra "consolidação" nos mais variados contextos de negócios. É das tais palavras da moda que se podem usar em todas as situações que ninguém leva a mal.
A Oniway tem dificuldades financeiras? É simples de resolver. Como o mercado nacional não suporta mais um operador de telemóveis, a solução é consolidá-lo com um seu concorrente. Não convém lembrar que estamos a falar de um sector com um volume de negócios fabuloso graças aos oito milhões de clientes e onde dois dos três operadores têm tido lucros gigantescos. Também não vale a pena mencionar os atrasos repetidos no UMTS, o falhanço das negociações de interligação no GRPS e um plano de negócios lírico.
Fala-se que há mais um ISP prestes a falir? Isso quer dizer que o mercado está pronto a ser "consolidado". Não convém maçar os leitores com a questão da má gestão, investimentos excessivos nem o jogo sujo do operador de comunicações incumbente. Ah! E também não há que gastar o tempo dos leitores a mencionar o facto de termos um rátio de ISP por cibernauta dos mais baixos da Europa.
Poderia mencionar que a excessiva concentração nos mercados é má para os consumidores, gera desemprego e pode criar situações de ruptura - imagine o que aconteceria no país se os investimentos no estrangeiro dos grupo PT e EDP levassem estas firmas à falência. Estes são assuntos maçudos que dão que pensar e como estamos em época estival, vou tentar fidelizar o leitor a esta crónica com o que poderia acontecer se a febre da consolidação aparecesse noutras áreas. Espero que se divirta!
Religião Cristã e Islamismo fundem-se
O Papa confirmou hoje, em conferência de imprensa, o sucesso das negociações para a fusão da religião Cristã com o Islamismo. Segundo o pontífice, "numa altura em que começam a aparecer inúmeras seitas e pequenas religiões, a consolidação de religiões com os mesmos valores humanos é inevitável. Esperemos também que esta fusão elimine as razões para alguns dos ataques terroristas". Foi nomeada uma task-force mista que vai tentar fundir os Escritos Sagrados das duas crenças, aquilo que alguns já apelidam "O Próximo Testamento". Quanto à questão sensível da identidade do Ser Todo-Poderoso, o Papa preferiu o humor "Deus e Alá, caso não sejam a mesma entidade, decerto são bons amigos".
Porto e Boavista fundem-se
Valentim da Costa revelou aos jornais que as negociações para a fusão entre Porto e Boavista estão prestes a chegar ao fim. Esta acção dos dois clubes da cidade nortenha iniciou-se pouco depois de circularem os rumores de fusão dos seus rivais lisboetas Benfica e Sporting. Para Valentim da Costa, futuro presidente do novo clube, o negócio do futebol está complicado e a junção da dimensão e mística do Porto com a boa gestão do Boavista vai permitir criar um clube que pode lutar nos mercados internacionais pela compra e venda de jogadores de elevada craveira. Apurámos que o único ponto na mesa por resolver é o nome do novo clube. Algumas propostas são Portovista, Boapinta e Bomporto.
Concelhos de Oeiras e Cascais fundem-se
As limitações orçamentais e a competição de outros concelhos levou as autarquias de Oeiras e Cascais a anunciar a sua consolidação num único executivo. Num conferência de imprensa conjunta, os autarcas mencionaram que esta fusão potenciará uma diminuição de despesas e uma maior competitividade face ao crescimento de concelhos limítrofes, especialmente o de Sintra.
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