A Imagens do telescópio de raios-x Chandra, recolhidas entre finais de 1999 e o princípio de 2000 mas só agora reveladas, mostram as consequências de uma explosão que afectou a galáxia elíptica conhecida por NGC 4636.
Através das imagens são visíveis vários arcos de gás quente que se estende por 25 mil anos-luz até uma enorme nuvem, que envolve a galáxia. Com uma temperatura de 10 milhões de graus Celsius, os arcos são 30 por cento mais quentes do que a nuvem envolvente.
"A diferença de temperatura juntamente com a simetria e a escala dos arcos sugerem que se está perante os efeitos de um tremendo choque ocorrido no centro da galáxia", afirma Christine Jones, do Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics (CfA) e responsável pela investigação.
Para produzir um efeito destes seria necessário uma explosão de várias centenas de milhares de supernovas. Jones acredita que os arcos revelados pelas imagens do Chandra poderão ser a parte exterior de uma onda que avança a 700 Km por segundo.
Os cientistas sugerem ainda que a explosão faz parte de um processo cósmico que mantém a galáxia em permanente estado de transformação.
Ao longo de vários milhões de anos, a nuvem de gás que rodeia as estrelas da galáxia vai arrefecendo e cai no centro desta onde está localizado um buraco negro.
A alimentação (por esta via) do buraco negro provoca uma explosão que aquece os gases que envolvem a galáxia, reiniciando um ciclo, que se repete vezes sem conta.
Os cientistas acreditam mesmo que este ciclo poderia explicar uma rara característica da NGC 4636: a falta de uma fonte de ondas de rádio, típica de outras galáxias.
A NGC 4636 encontra-se na constelação de Virgo, a 50 milhões de anos-luz da Terra. Foi observada pelo telescópio Chandra entre 4 e 5 de Dezembro de 1999 e 26 e 27 de Janeiro de 2000.
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