Apesar de nos últimos anos termos visto o lançamento de alguns jogos que fazem alusão a conhecidos super heróis, a maioria destes títulos eram destinados às consolas ficando uma pequena amostra para os jogadores de PCs, que não tiveram grandes oportunidades de ''vestirem a pele'' dos seus heróis favoritos.

Depois de ter conhecido as versões para as consolas PlayStation e Dreamcast, Spider Man chega ao PC publicado pela Activision numa conversão da responsabilidade da Gray Matter. Apesar da popularidade do conhecido herói da Marvel, o jogo para PC levantou algumas questões, pois, segundo um dos responsáveis da Gray Matter, não tiveram muito tempo para atender a melhoramentos em alguns pontos.

Para dar início ao nosso jogo, nada como um bom crime que coloque como culpado o nosso herói. Bem similar ao que geralmente acontece nas histórias da banda desenhada, onde o pobre coitado é muitas vezes acusado por um crime que não cometeu.

No jogo, o fotógrafo Peter Parker (aliás Homem-Aranha) está a assistir a uma apresentação do Dr. Octavious (também o vilão Doctor Octopus?), a respeito de um novo engenho que irá beneficiar a humanidade. Para perplexidade da plateia e mais do próprio Parker, um vulto aproxima-se e rouba o engenho. Este vulto era o Homem-Aranha, mais propriamente alguém fazendo-se passar por ele, e que Peter Parker passa a perseguir para tentar limpar o nome do verdadeiro herói.

É este enredo que serve de ponto de partida para um jogo de acção que apresenta cerca de 30 níveis, pelos quais teremos de passar até desvendar o mistério por detrás do sósia do Homem-Aranha que roubou o engenho. Ao longo destes níveis, iremos encontrar uma série de arqui-inimigos conhecidos do Aranha, como o caso de Rhino, Mysterio e o próprio Doctor Octopus.

Apesar da história e do carisma que o personagem possui, o jogo em si deixa alguns pontos a desejar, dando a impressão de que realmente o pessoal da Gray Matter precisaria de mais um tempinho para fazer umas correcções necessárias para que a conversão para PC ficasse a cem por cento.

O universo do jogo apresenta-se todo em 3D com gráficos interessantes mas que não podem ser considerados nada de muito extraordinário, apresentando texturas aceitáveis. É aqui que notamos mais a característica de conversão de um título para PC, pois o jogo apresenta-se um pouco pesado e sem muitas opções para regular os gráficos, para além da definição e número de cores.

Este é um dos pontos que a Gray Matter deveria ter tido mais atenção na conversão, colocando mais opções para que cada jogador pudesse, aceitavelmente, regular os gráficos de acordo com sua máquina, evitando assim a lentidão de algumas situações de jogo.

Apesar disso, o jogo captura muito bem a essência da banda desenhada, pois os movimentos do Aranha foram muito bem concebidos, existindo vários deles que podem ser utilizados em diversas situações. Podemos levar a personagem a andar pelas paredes e tectos, ou até mesmo deixá-lo cair alguns metros de um prédio para depois lançar uma teia e nos prendermos, entre outros.

Entretanto a diversidade de movimentos e golpes torna o jogo um tanto ou quanto complicado, isso ligado ao sistema de câmaras que estão constantemente a mudar de ângulo, o que acaba por atrapalhar mais do que ajudar.

Este também deveria ser uma questão que deveria ter sido abordada pela equipa da conversão, aproveitando a passagem para o PC. Além disso, os próprios comandos mudam dependendo da situação. Por exemplo, se estivermos no chão o comando que movimenta a personagem para a esquerda já o direcciona para a frente quando está a andar no tecto. Isto é só para ter uma ideia de como os comandos variam de acordo com o posicionamento da personagem no cenário.

Estas duas características associadas podem constituir alguma dificuldade que, a nosso ver, poderia ter sido melhorada na conversão. Não que não nos habituemos aos comandos, mas principalmente nos combates com mais de um inimigo, os comandos e visões de câmara podem ser uma dor de cabeça.

Falando do som podemos considerar que está bastante interessante, principalmente os comentários do Homem-Aranha que se apresentam naquele tom de gozo e sarcasmo que muito caracteriza a personagem. Além disso as ''bocas'' variam razoavelmente, pelo que não deve chatear muito o jogador.

Spider Man apresenta uns pequenos problemas, como mencionámos, mas nada que um jogador interessado e paciente não jogue para trás. Além disso, de modo geral, o jogo não apresenta uma dificuldade muito grande, a partir do momento que nos habituamos aos comandos, não levando muito tempo para chegar ao fim.

Mas pelo menos o carisma deste super herói está bem presente, pelo que deverá agradar aos mais ansiosos por ''deitarem'' as mãos no super herói.

Autor: Activision
Sistema recomendado: Pentium III 600 MHz, Windows 95, 98, ME, 64 MB de RAM, Direct3D

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