Para os amantes dos jogos de aventuras, não é necessário andar com grandes explicações em torno da série Alone in the Dark da Infogrames, cujo primeiro jogo foi lançado há cerca de nove anos. Naquele tempo, o primeiro Alone in the Dark introduziu um sistema de visão de jogo que utilizava diferentes câmaras que mudavam automaticamente de acordo com o posicionamento da personagem ao longo dos cenários.

Essa inovação técnica contribuiu para o sucesso do jogo, assim como fomentou todo um estilo de jogos virados para o mistério e terror, onde o jogador teria de entrar em cenários desolados e cheios de criaturas estranhas que não tinham as melhores intenções.

Em The New Nightmare, Edward Carnby toma conhecimento da morte de seu melhor amigo Charles Fiske, enquanto este estava a investigar um caso na Shadow Island. A partir deste momento, Carnby oferece-se para investigar o caso, mas o cliente insiste em que uma jovem cientista chamada Aline Cedrac, especialista em línguas, o acompanhe.

O objectivo da investigação centra-se na recuperação de umas tabuletas, que contém inscrições ainda por decifrar, e que estão na posse de Obed Morton, um dos membros da família dona da ilha e que manteve uma estranha relação com bizarras criaturas que adoram a escuridão.

Tanto Carnby quando Cedrac terão de enfrentar várias dessas criaturas ao longo do jogo; também encontrarão alguns humanos, embora poucos, na sua maioria assustados e que pouco poderão ajudar, com excepção de um índio americano, chamado Edenshaw, que lhes dará alguma ajuda.

Ao começar o jogo, as duas personagens acabam por se localizar em pontos diferentes da ilha, e o jogador terá a hipótese de escolher se quer assumir o controlo de Cedrac ou de Carnby, a personagem que já esteve presente nos três anteriores jogos da série. Mas quer se escolha uma ou outra personagem, o modo de jogo e objectivo são os mesmos.

Convém dizer que não há troca de personagens ao longo do jogo, uma vez escolhida uma delas, iremos até ao fim. Lógico está que, após ter terminado o jogo com uma delas, o jogador poderá recomeçar o jogo com a outra, podendo percorrer os caminhos do jogo em ordem diferente, mas com resoluções semelhantes.

Alguns poderão ter a opinião que a Infogrames poderia ter optado por diferenciar as formas de jogo entre as duas personagens. Como exemplo, ao jogar com Carnby o jogo poderia ter mais acção, enquanto o jogo com Cedrac poderia estar mais virado para a resolução de puzzles; mas não é esse o caso.

Para enfrentar todas as ''criaturas do mal'' que encontrarão, diferentes armas estarão à disposição das duas personagens, que variam desde revólveres colt, bem à antiga, uma Laser Gun desenvolvida pela família Morton exclusivamente para lutar com as criaturas, até um lançador de discos, que resvalam na parede libertando uma luz que causa grandes danos nas criaturas que por ela são atingidas.

O quarto Alone in the Dark apresenta gráficos excelentes, principalmente na grande atenção dada pela equipa aos cenários, que foram muito bem definidos e que apresentam grandes detalhes. Em relação ao escuro, o jogo faz jus ao nome, pois grande parte da acção acontece em cenários com pouca luminosidade onde a utilização de lanternas pelos personagens é de grande valia.

Como nos anteriores Alone in the Dark, o conhecido sistema de visões de câmara, mencionada anteriormente, também se encontra presente em The New Nightmare, mudando automaticamente o ponto de vista enquanto avançamos com a personagem pelos cenários.

No entanto, registamos que as mudanças acontecem demasiadas vezes, e como cada mudança de vista leva um certo tempo a concretizar-se muitas vezes torna-se um tanto aborrecido andar por determinados corredores onde a câmara muda constantemente. Outro pormenor diz respeito à visão de câmara que não ajuda muito o jogador, principalmente em alguns cantos onde a câmara é colocada acima da personagem dificultando a perspectiva de alguns movimentos.

Em termos de jogo, The New Nightmare pode ser considerado bastante consistente em termos dos puzzles que apresenta que, na sua maioria, possuem bastante lógica com excepção de alguns pormenores que podem fazer o jogador perder um pouco mais de tempo.

Será também uma constante a busca e activação de botões e alavancas, que abrirão portas e locais secretos, para além da utilização de objectos. Estes últimos não serão de difícil localização, uma vez que se apresentam de forma brilhante, o que chama a atenção para a sua importância.

Não podemos dizer que Alone in the Dark: The New Nightmare apresente um jogo inovador, ou uma temática inédita, pois utiliza uma fórmula que já foi bastante explorada em vários jogos de terror, como no caso da série Resident Evil, para não citar outros exemplos.

No entanto, este título carrega o nome de uma série que não deixa de ser pioneira no sistema de jogo, e que marcou vários jogadores veteranos que conheceram o primeiro Alone in the Dark. Deste modo, podemos concluir que a boa qualidade geral de The New Nightmare, fazem dele um bom jogo de acção e aventura.

Autor: Infogrames
Sistema recomendado: Pentium 450 MHz, Windows 95/98/ME/2000, 64 MB de RAM, 400 MB de disco, Aceleradora 3D com 8 MB de memória

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