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As modificações feitas tornaram o jogo mais agradável e mais complicado mas sem deixar de ser fácil de jogar. | |
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| 15/10/98 - Pedro Balbis | Enviar por email Versão impressora | |
| Caesar III | ||
Afinal podemos construir Roma num só dia, quem vos disser que não, é porque nunca jogou Caesar III da Sierra, onde nós somos um governador romano apostado em fazer algo pela sua carreira política.
Não faz muito tempo que os jogos valiam pelo que eram e não o que pareciam ser. Ter um 386 nunca foi impedimento para umas (muitas) boas horas de vício intenso, graças a alguns clássicos que punham em segundo plano os gráficos e o som, e davam prioridade total ao interesse do jogo em si. A série de jogos Caesar faz parte deste conjunto de títulos que tanto prazer nos trouxe. Caesar III não é mais do que uma (boa) evolução dos seus antecessores, mantendo todo o interesse, mas subindo em qualidade de jogo, gráficos, e som. De que se trata Caesar III aplica alguns conceitos que não são novos, no entanto a Impressons Software, responsável pelo seu desenvolvimento, soube onde ir buscar inspiração para este jogo. Temos todo o fascínio da construção de uma cidade, à semelhança do que acontecia em SimCity, e temos a gestão de toda a cidade em todas as suas vertentes, segurança, finanças, educação, militar, etc. que foi maravilhosamente explorado por Sid Meier em Civilization. Resta ainda dizer que tudo isto está envolvido no fascínio dos tempos em que o império romano ainda era império.
Em Caesar III nós somos um governador romano, que tem como meta final ascender à posição máxima da hierarquia romana, ou seja, ser Imperador. Para isso terá (teremos) que gerir uma ou mais cidades ou províncias, com sucesso. No início podemos escolher entre dois estilos de jogo, campanha, onde temos que cumprir determinados objectivos ou então podemos optar por um modo mais próximo de "SimCity" e onde nos limitamos a construir e gerir uma cidade romana. Como construir (ou não) um grande império Podemos dividir os edifícios de Caesar III em dois grandes blocos. Os residenciais, sobre os quais não temos controle directo, mas que estão directamente relacionados com todas as estruturas envolventes (fontes, escolas, banhos, jardins, etc.) e com a conjuntura política da cidade (empregos, riqueza, etc.), e todos os outros, que têm uma função específica mas que afecta toda a área onde se situam, e mesmo a cidade. A dependência entre as várias componentes do jogo é sem dúvida um dos grandes trunfos de Caesar III. Se um cidadão viver numa área onde não existe água, e logo existe mais probabilidade de haver um incêndio, é natural que este cidadão não seja tão feliz (eu no lugar dele também não era) como o seu vizinho de trás que mora ao lado dos banhos municipais e da prefeitura (responsável pela segurança).
Edificando Os edifícios e estruturas estão divididos em nove categorias: administração, educação , entretenimento, saúde, indústria, municipal, religião, segurança, e água. As categorias administração e municipal controlam toda e infraestrutura e finanças da cidade, com edifícios como o senado e o fórum (responsável pela cobrança dos impostos). A educação, que como todos sabem era a paixão dos romanos, diz respeito a edifícios como escolas e universidades, e que não devem ser esquecidas, correndo o risco da populaça se revoltar. Os sectores da religião, entretenimento e saúde afectam em muito a moral e felicidade da população, que aumentará com a construção de monumentos aos deuses, teatros, e hospitais. A indústria tem edifícios como as quintas, fundamentais para alimentação da cidade, fábricas (workshops) que produzem mercadorias e o mercado. A segurança permite controlar a criminalidade e risco de incêndio (para o qual é necessário água).
Uma boa cidade romana não tem que se preocupar apenas com a felicidade dos seus cidadãos mas também com a sua defesa militar. Em Caesar III houve bastantes melhorias neste aspecto, agora as batalhas e confrontos militares não se passam num cenário diferente, como acontecia em Caesar II, mas sim no próprio cenário da cidade, o que veio acrescentar mais emoção ao jogo. Esta mudança vem integrar toda a componente militar na vida da nossa cidade, sendo importante uma boa colocação dos edifícios militares para permitir uma resposta rápida dos nossos guerreiros aos ataques das cidades vizinhas. Existem três tipos de militares, cada um deles com equipamento e funções próprias, uma boa junção de vários tipos de militares pode muito bem fazer a diferença. A seca do imperador O imperador pode delicadamente pedir-nos para lhe executarmos determinadas tarefas, sejam elas enviar-lhe dinheiro (dinaris em Caesariano), ou atacar determinados alvos. Escusado será dizer que o tal imperador tem um feitio terrível e não aceita um não como resposta. Inteligência artificial Este foi um dos aspectos em que Caesar mais evoluiu, em Caesar III a coordenação das tarefas das unidades é sem dúvida excelente, apesar de nos retirar algum controle directo (como no Civilization) sobre o problema emprego vs. desemprego. Uma vez criado um edifício, é automaticamente atribuído um cidadão desempregado para ocupar o seu local de trabalho. Por exemplo se construirmos uma prefeitura, e esperarmos pela colocação de um prefeito, veremos que ele vagueia pela cidade na procura de crime, fogos, e poços e fontes que o ajudem no combate aos fogos. Dependências Outra das grandes melhorias foi a criação de dependências, o que quer dizer que alguns edifícios só exercem a sua função se existirem outros edifícios de apoio, como é o caso do teatro, e da escola de actores. Mas as dependências não se ficam por aqui e entram também no campo social, onde teremos que ter em atenção os produtos que produzimos e cultivamos pois estes destinam-se a classes sociais diferentes. Os pobres não se importam se comerem só porcos e trigo, mas as classes mais abastadas preferem azeite, vinho e fruta. Alguém te pediu opinião? A qualquer momento podemos saber qual a opinião dos nossos súbditos sobre a nossa governação, para isso basta clicar sobre eles. As suas opiniões não só são divertidas, mas são uma óptima forma de perceber o que se passa de errado com a nossa cidade. Se o prefeito se queixar de que não há agua perto, é sinal de que algo está mal e podem ocorrer fogos, se o Zé Ninguém se queixar de tédio é porque não há entretenimento suficiente, por isto talvez seja uma boa ideia ouvir o que os senhores têm para dizer. Eu disse evolução, não revolução Caesar III é um bom jogo, mantém o mesmo estilo clássico de jogo que nos habituamos a ver não só nos seus antecessores mas também em algumas pérolas como SimCity, Colonization, Lords of Realm ou Civilization. As modificações feitas tornaram o jogo mais agradável e mais complicado mas sem deixar de ser fácil de jogar.
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