Alguns membros do Internet Corporation for Assigned Names and Numbers (ICANN), entidade que regula o registo de domínios na Internet, pretendem um adiamento da introdução de nomes domínios que não façam uso do inglês, alegando que a Web não está preparada, de acordo com a Associated Press.

Apesar das aspirações de muitos utilizadores, que pretendem endereços de e-mail nos seus idiomas, um comité da ICANN encorajou as companhias que registam os nomes a esperar até Agosto, altura em um grupo de trabalho específico se irá juntar para criar standards para domínios com caracteres estrangeiros.

O ICANN já deu a conhecer as suas recomendações, mas as discussões foram, até agora, informais e não levaram a nenhuma decisão concreta, tendo sido dirigidas ao organismo acusações de estar a dificultar o processo. O debate reflecte as dificuldades de criar uma Internet verdadeiramente global, diferente daquela construída pelos EUA, com o inglês como língua de referência.

O ICANN foi criado pelo Governo norte-americano para regular o sistema de registo de nomes de domínios, tendo sido delegada a criação de standards de domínios para o Internet Engineering Task Force.

Apesar de aquele grupo de trabalho ainda não ter dado luz verde à Internet multilingue, a VeriSign já arrancou com a fase de testes dos novos standards para domínios. Com efeito, a VeriSign permite que sites utilizem caracteres estrangeiros seguidos de ''mltbd.com'', o que permite segregar esses nomes na eventualidade de problemas.

Louis Touton, do ICANN, declarou que a VeriSign concordou em adiar a implementação do sistema até ao fim do mês. No entanto, a companhia sente-se tentada a avançar antes da conclusão dos standards.

Refira-se que, actualmente, o sistema que lida com os endereços on-line compreende unicamente 26 letras inglesas, 10 números e um hífen. Os testes da VeriSign prevêem registos em ``.com,'' ``.net'' and ``.org'' numa dúzia de idiomas, incluindo o chinês, o árabe e os caractéres europeus acentuados.

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