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Telemóveis e cancro do olho

Um grupo de cientistas da Universidade de Essen associou pela primeira vez num estudo aprofundado uma relação entre uso de telemóveis e o aumento do cancro da vista. As pesquisas sugerem que existe um aumento dos casos de cancro entre os utilizadores habituais de telemóveis.

Estes resultados estão já a preocupar os fabricantes de telemóveis. Há já algum tempo que se considera que as radiações emitidas por estes aparelhos poderão alterar o funcionamento das células nervosas do cérebro mas ainda não existem provas consistentes.

Se este último estudo publicado no American Journal of Epidemiology se vier a confirmar poderá levar a milhares de acções em tribunal contra os fabricantes de telemóveis.

O estudo focou-se num tipo de tumor maligno da vista melanoma uveal , que ataca na úvea, entre a íris e a base da retina e que ocorre estatisticamente em 6 casos por milhão de pessoas em cada ano.

Foram usados na pesquisa 118 pacientes com melanoma uveal e nos resultados da análise apurou-se que as vítimas deste tumor tinham um rácio de utilização muito superior de telemóveis em relação a um grupo de controle com 475 pessoas.

O estudo aponta claramente que as pessoas expostas a níveis elevados de radicações emitidas por telemóveis (mais horas de utilização) têm muitas mais possibilidades de desenvolver este tipo de tumor apesar de se desconhecer peremptoriamente qual o factor de arranque do tumor em estudo.

Já em Agosto um neurologista do estado de Maryland acusou as empresas Motorola e a Bell Atlantic de não informarem os utilizadores dos elevados níveis de radiação produzidos pelos telemóveis, e ter levado o caso a tribunal.

O Governo britânico já recomendou que todos os aparelhos contenham informações sobre os potenciais riscos que decorrem da sua utilização, enquanto que as autoridades japonesas planeiam impor restrições à emissão de radiação nos telemóveis.

Os estudos sobre os efeitos das radiações dos telefones celulares têm-se sucedido ao longo do tempo e até ao momento parece ser bastante difícil conhecer quais as verdadeiras consequências da sua utilização, nomeadamente a longo prazo. E ainda é bastante cedo para o conseguir, se tivermos em conta que a maioria dos tumores demora, em média, cerca de 10 a 15 anos a desenvolver-se.


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