Afinal nem tudo são rosas no Programa Internet na Escola, frequentemente citado pelo Ministro da Ciência e da Tecnologia, Mariano Gago, como um exemplo de sucesso da política do Governo no incentivo à Sociedade da Informação.

De facto, de acordo com um estudo realizado pela Universidade Fernando Pessoa, e citado pela Lusa, a maioria dos alunos portugueses (58 por cento) está insatisfeita com o modo como pode utilizar a Internet na escola, nomeadamente no que diz respeito ao número de computadores disponibilizados, à velocidade de acesso à Internet e também ao livre acesso ao equipamento informático.

O estudo mostra que 55 por cento dos alunos precisa de se inscrever previamente paara utilizar os computadores. Apenas em 27.8 dos casos existe livre acesso a esses terminais.

No entanto, nem tudo é negativo dado que a escola foi o primeiro local de acesso à Internet para 41,6 por cento dos inquiridos e continua a ser o local de entrada na rede mais frequente em 40,8 por cento dos casos.

O estudo indica ainda que a maioria dos alunos utiliza a Internet para navegar (47,4 por cento), para aceder a serviços de chat (29,1 por cento) e para trocar correio electrónico (19,4 por cento).

Quanto aos conteúdos mais vistos, na lista de preferências dos alunos portugueses estão na frente os jogos, a música, as anedotas e o desporto. Quanto aos conteúdos pornográficos, são mais vistos do que os conteúdos pedagógicos (5.3 por cento contra 4.4 por cento respectivamente).

Um dado preocupante é o facto de 53.5 por cento dos alunos inquiridos nunca terem ouvido falar no programa Internet na Escola.

O estudo foi efectuado tendo como base as respostas contidas em 631 inquéritos, dos quais apenas 541 foram considerados válidos, apresentados a alunos do Secundário e do terceiro ciclo do Ensino Básico de oito escolas dos concelhos de Caminha, Viana do Castelo, Ponte de Lima, Barcelos e Braga.

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