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  Navegante - 1/07/99 Enviar por email   Versão impressora

Um olhar nos portais
 
  [Macro error: Can't locate an image object named "imagcad41".] A oferta é num número razoável de portais, o que suscitou muitas expectativas. Mas irão as terras lusas a beneficiar desta «Portalitis aguda»?

Sendo eu um navegante atento ao universo da Internet, foi com muita satisfação que soube que em Portugal iriam existir uma data de portais. Na minha ingenuidade supus que havendo oferta quanto baste, a concorrência entre os portais iria gerar benefícios a comunidade virtual.

Em teoria um portal seria o local indicado para iniciar uma sessão de surf na Internet. Em principio um portal tem notícias «frescas»; inclui um imprescindível motor de busca bem estruturado e com um vasto numero de URLs catalogadas; tem um vasto leque de informações que devem ir desde as previsões meteorológicas até ao horóscopo diário sem descuidar das novidades da Internet e passa ainda disponibilizar dicas de profissionais para soluções de software e hardware. Um serviço de webmail disponível com o mesmo domínio do Portal também é recomendável. Mas infelizmente a teoria nem sempre funciona na prática.

Para minha desilusão (e creio que não sou só eu que penso assim) estas novidades não vieram trazer grandes mais-valias ao cenário da Internet luso. Existe uma grande falha em redor do conceito, em toda esta correria atrás das inaugurações destes últimos meses, sendo até muitas destas prematuras e feitas sem critérios de rigor (e de segurança como um publicitado portal que foi desfigurado por hackers).
Essa tal falha, a meu ver é o conteúdo. Afinal os visitantes não querem ver só gráficos bonitos e um design interessante. Nem tão pouco querem ver só os mesmos temas que têm acesso nos media clássicos. Procuram algo de diferente. O pior é que apesar do número de portais agora existente e salvo uma ou outra excepção estamos perante o que é uma pobreza franciscana: utilizam-se notícias de publicações electrónicas já reconhecidas (como é o caso da Digito obviamente); usam-se motores de busca sobejamente conhecidos; e usa-se e abusa-se da publicidade... em suma não existe diversidade e muito menos se inova.
A produção própria é escassa. Fora a componente gráfica iríamos julgar que eram quase todos iguais... Mas repito: salvo uma ou outra excepção.

Mas isto não deixa de ser uma opinião pessoal. Também confesso que nunca fui muito adepto do conceito de portal. Isso talvez porque quando conheci a WWW não existia nem de perto nem de longe tal conceito. Um apontador ou outro em língua inglesa ainda vá. Mas portais? Nem por sombras! Mas é exactamente aqui que a esta história dos portais se complica. O portal precisa de se tornar um hábito para resultar e os hábitos são difíceis de mudar a quem usa a Internet. É fácil introduzir novidades mas muitas vezes o costume prevalece.
O cerne da questão está na quantidade de visitantes que um portal tem diáriamente. Muitas visitas significam maior audiência e logo o interesse dos publicitários. Os portais perseguem uma viabilidade económica, viabilidade essa que só pode ser atingida com um certo volume de receitas. Parece que estamos perto de uma típica formula dos canais televisivos. Conseguir audiências e captar receitas da publicidade. É assim que a introdução de um hábito aos futuros consumidores é crucial aos novos portais, isto é, conseguindo um público fiel o negócio fica seguro.
Para os motores de busca que se metamorfosearam as coisas estão facilitadas: os visitantes voltam não só pelo portal mas também pelas habituais buscas que fazem no motor. Os portais que surgiram do nada têm mais dificuldades como é evidente. Uma das soluções encontrada para os novos portais não reciclados foi o uso nomes apelativos e que fiquem bem presentes na memória (na cerebral, não no RAM!). Há até mesmo quem use publicidade convencional.

Mas é exactamente aqui que na minha visão as coisas se complicam: os portais portugueses surgiram quase em simultâneo tornando a concorrência forte demais. Usando uma pequena metáfora dir-se-ia que abriram meia dúzia de cafés lá no bairro, e como é de prever é natural que aquele ramo de negocio não seja muito lucrativo na zona.

A nível internacional os investimentos feitos em portais não têm resultado em sucesso, tendo mesmo sido muito próximos do fracasso. Não existem fórmulas de sucesso? Talvez haja. Tudo passa por alguns ajustes importantes, uma vez que presentemente a situação não parece muito favorável.

Um olhar mais cuidado sobre o panorama nacional revela quem em Portugal existe de facto muita escassez de conteúdos, de temas e serviços. Talvez seja esse o problema que se reflecte nos novos portais. Resta-nos ter fé e esperança que no futuro próximo surja mais diversidade de informação e serviços em *.pt . Quem sabe se então existirão verdadeiros portais para luso-navegar.


Navegante é o responsável pelo site Lado Negro da Web

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